A agricultura agrivoltaica, ou agrovoltaica, já é uma realidade em países como a Coreia do Sul, onde os painéis solares são elevados ou suspensos para permitir que as plantas cresçam abaixo deles.
Isso pode colaborar para o aumento da eficiência do uso da terra, permitindo que fazendas solares e a agricultura utilizem o mesmo terreno. Mas como isso funciona?
O que é o cultivo sob painéis solares?
Com a crise energética que ocorre em todo o globo, uma discussão ganha ainda mais destaque: a necessidade de buscar as energias renováveis como alternativa para a produção de energia. Junto com isso, existe também o agravante relacionado à necessidade de aumento dos sistemas alimentares, que busquem ser uma solução no combate à fome e à desnutrição.
É nesse momento que a agricultura agrovoltaica se apresenta como uma alternativa que colabora em ambas as dificuldades. Essa energia renovável utiliza uma área com sombra sob os painéis solares, onde é feito o cultivo.
O resultado disso é um significativo aumento na eficiência da utilização dessa terra, permitindo que fazendas solares e a agricultura usem o mesmo terreno, sendo uma opção que dispensa a necessidade de competição entre elas.
Além disso, existem também culturas que já mostraram indicativos de melhora de cultivo nesses ambientes, de acordo com pesquisas e estudos realizados por especialistas.
Por vezes, os painéis precisam ser elevados ou suspensos para permitir que as plantas cresçam na parte de baixo do equipamento. Existe também a opção de colocá-los sobrepondo os telhados das estufas. Assim, é permitido que a luz e água da chuva cheguem às plantações, fornecendo acesso para máquinas agrícolas.
Em que locais já existe a agricultura agrivoltaica?
Já existem cultivos de pesquisadores na Coreia do Sul, que analisam o crescimento e desenvolvimento de brócolis sob painéis fotovoltaicos. Lá, os painéis ficam posicionados a 2 ou 3 metros do solo, ficando assentados em um ângulo de 30 graus, o que projeta as sombras e protege as culturas de intempéries.
Como retorno desse teste, um estudo do projeto apresentou um retorno positivo na qualidade dos brócolis, que não eram inferiores aos cultivados na forma tradicional. Em questão de sabor, não houve nenhuma mudança também.
Outra descoberta, feita pelos pesquisadores da Chonnam National University, foi que o brócolis da plantação estudada apresentou um tom mais profundo de verde, tornando ele mais atraente para os consumidores.
No Quênia, um empreendimento de agricultura agrovoltaica implementou uma solução inovadora, utilizando painéis solares que se encontram suspensos a diversos metros de altura e com espaçamento entre eles. Dessa forma, a sombra fornecida pelos painéis protege as plantas do estresse térmico e da evaporação excessiva de água.
Isso ocasionou na possibilidade dos agricultores rurais cultivarem uma ampla diversidade de culturas de maior rentabilidade. De acordo com os pesquisadores, o projeto aproveita de maneira eficaz a energia solar em duas ocasiões.
Caso os painéis solares sejam incorporados às estufas, os resultados poderão ser especialmente revolucionários. A agricultura protegida em estufas é responsável por uma produção de alimentos 10 vezes maior do que o cultivo em áreas externas, porém pode requerer uma demanda energética até 10 vezes maior.
Dessa mesma maneira, o agronegócio também se beneficia desta nova modalidade de energia, pensando que com os painéis solares sendo colocados em suspensão, sobra muito mais espaço que pode ser aproveitado para que o gado ou ovelhas possam utilizar o espaço livremente.
Isso gera economia no local e beneficia os produtores, que necessitam de meios mais eficientes de geração energética com menos custos envolvidos.
No que a agricultura afeta nas mudanças climáticas?
Em questão de benefícios, o aumento da capacidade de produção da energia solar no mundo já é um primeiro indicativo para a resolução desta questão de sustentabilidade.
Isso também leva em conta outros fatores, como o aumento populacional em todo o globo, segundo estimativas da ONU, com projeções de 2 bilhões de pessoas a mais no mundo nas próximas 3 décadas.
Neste caminho, a energia agrovoltaica é uma forma de usar este mesmo espaço de terra garantindo a produção de mais alimentos e, juntamente com isso, dar ainda mais destaque às energias renováveis.
E mesmo nos países que fazem parte da Agência Internacional de Energia, mas ainda apresentam um uso baixo da energia renovável, como a Coreia do Sul, novas soluções podem apresentar um futuro mais próspero na produção de energia limpa. Pensando especificamente nos coreanos, em sua região existe a escassez de terra, já que 70% do país se encontra em regiões montanhosas. Em contrapartida, a agricultura agrivoltaica pode ser uma alternativa revolucionária para o melhor uso deste espaço.
Da mesma maneira, olhando para a realidade brasileira, regiões montanhosas em Santa Catarina, como a Serra do Rio do Rastro, Serra do Tabuleiro, Serra do Corvo Branco, Serra Geral e Serra Catarinense, podem ser beneficiadas pelos terrenos similares ao exemplo anterior, colaborando na produção e desenvolvimento nesses locais e da energia renovável.
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Outro ponto que merece ser pontuado é a importância de escolher sistemas eficientes para o bom aproveitamento do investimento, com garantia de resultados positivos e qualidade na geração de energia, como é o caso da TAB energia.
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